É claro que, para os cidadãos octogenários de hoje não existe nenhuma probabilidade de virem a conhecer o mundo do ano 2040. E, por isso, tecer considerações a respeito parece um despropósito deste articulista, pauta imaginária, inclinada para a ficção científica. Mas os 31 anos que nos separam daquela marca não são meta impossível para os sexagenários e os cinquentões que me leem, e muito menos para os novos e novíssimos descendentes, que mal estão conhecendo os azares e prazeres da vida. Sucede que os especialistas em demografia verificam grande crescimento do número de idosos na população global, de par com o decréscimo do contingente de crianças. É claro que outra coisa não se poderia esperar do evidente aumento da expectativa de vida e do simultâneo decréscimo da taxa de natalidade. Homens e mulheres estão vivendo muito mais, e, concomitantemente, procriando muito menos do que no passado. E as consequências disso aí estão, gritantes: segundo os cálculos dos demógrafos, em breve as crianças serão menos numerosas do que os idosos. Já em meados de 2008, o contingente de pessoas com mais de 65 anos atingiu cerca de 506 milhões no mundo, e tal quantidade deve superar o próprio dobro no ano de 2040, equivalendo então a 14% da população global estimada. Para se ter uma ideia mais objetiva do que isso representa, cabe dizer que, na metade do século 20, com base no Recenseamento de 1950, as pessoas acima de 60 anos, residentes em Porto Alegre, representavam apenas 5,5% da população total. Os velhinhos eram raros, enquanto as crianças abaixo de 14 anos correspondiam a 29% do conjunto. Esse mundo dos idosos será provavelmente mais pacífico e ajuizado que o atual. Há de se praticar menos violência, haverá menos paixões, menos desatinos e menos consumo de produtos duráveis. Mas, em contrapartida, se não houver uma reação positiva da taxa de natalidade, o percentual dos grupos etários em atividade produtiva vai decrescer, cairá o grupo de contribuintes da Previdência, ao mesmo passo em que aumentará, além de todas as previsões, o efetivo dos aposentados e pensionistas. Nos orçamentos públicos, embora venham a pesar menos as verbas das escolas e da saúde infantil, é provável que se acresçam os gastos com hospitais, medicamentos e seguridade social. Velhinhos são mais dispendiosos que as crianças. Disso decorrerão consequências negativas para o produto interno dos países. Enquanto não se descobrir alguma fórmula milagrosa, a regra é “quanto maior o percentual de idosos, menor o PIB”. Serão graves os problemas dessa sociedade de velhos. Como compensar o desequilíbrio das receitas e despesas da Previdência Social? Como remediar a redução do contingente de trabalhadores ativos, desde que os jovens, além de escassos, estão ingressando mais tarde no mercado de trabalho? O que sucederá quando a população inativa estiver quase alcançando o contingente dos contribuintes da Previdência? Esse futuro mundo de hegemonia dos idosos, mesmo que alcance melhores padrões de conduta, de equilíbrio e de lazer criativo que os do mundo atual, acredito que não possa seduzir ninguém. Já estamos vivendo a glória de viver mais tempo e com melhores condições de saúde do que ocorria no passado. Mas se essa sobrevivência acrescida se tornar um fenômeno de massa, desequilibrando todas as previsões da seguridade social, creio que muitas concepções deverão ser revistas e algumas mudanças radicais precisarão acontecer, para que a sociedade não mergulhe em completa estagnação.
Fonte:Assprevisite (Sérgio da Costa Franco – Zero Hora)
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