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Rinite e Sinusite

Introdução

A sinusite é um processo inflamatório dos seios paranasais causada por inflamações virais, bacterianas e micóticas, resultantes de reações alérgicas ou irritações químicas de poluentes. Dentro desse conceito se inclui o estudo das rinites, que teoricamente constituiria a inflamação resultante da ação das mesmas substancias que causam a sinusite. Porém, o acometimento das cavidades paranasais é muito mais freqüente do que relatado pelas pesquisas epidemiológicas, porque um significativo número de casos de rinofaringites virais agudas, é, na realidade, rinofaringossinusite, pois as cavidades para-nasais e faringianas são contíguas, tem o mesmo epitélio e comunicam-se diretamente entre si sendo infectadas ao mesmo tempo.

Todas essas patologias, separadamente ou em conjunto, podem se apresentar de uma forma aguda ou crônica, constituindo-se, dentro das doenças das vias aéreas respiratórias, um problema para diferentes especialidades. Nas crianças, pediatras, otorrinolaringologistas, alergistas, pneumologistas e radiologistas têm uma série de critérios para fazer o diagnóstico e indicar o tratamento dessa patologia.

A maioria desses especialistas concorda que a grande dificuldade no diagnóstico das sinusopatias é a dificuldade da coleta do material local para o exame. Outra dificuldade é a identificação tanto na rinite como na sinusite dos diferentes agentes infecciosos, químicos e alérgicos que geralmente são ativados simultaneamente.
Tudo isso ficou mais complicado porque a maioria das rinossinusites crônicas é tratada com dosagens de antibióticos inadequadas, que acabam levando à criação de patógenos resistentes, cada vez mais freqüentes na prática médica.

Como aparecem a rinite e a sinusite?

A incidência de doenças respiratórias na criança aumentou muito nas últimas décadas, principalmente a asma brônquica e inclusive a rinossinusite, isto ocorreu devido a maior número de agressões à mucosa sinusal, que são muito semelhantes aos fatores que agridem a árvore brônquica.

A população infantil, que antes vivia no campo, passou pela urbanização a respirar um ar contaminado, tanto no domicílio como extra domiciliar. Dentro de casa a fumaça do cigarro e o gás de cozinha são as principais agressões químicas e a pouca insolação permite a presença de umidade e a existência de alérgenos como ácaros, fungos, baratas etc. A poluição extradomiciliar também piorou, pela presença de resíduos de combustão dos automóveis originários da gasolina ou do óleo diesel dos caminhões. No ambiente rural chama a atenção o ambiente poluído pelas extensas queimadas, que liberam irritantes das vias aéreas superiores.

O estilo de vida da cidade obriga as mães a deixarem os filhos nas creches, que é um ambiente fechado e que propicia elevado índice infecções respiratórias transmissíveis para as crianças de tenra idade, começando um ciclo de infecções crônicas. Existem trabalhos nacionais mostrando, que nas creches, existe uma prevalência de infecções respiratórias 5 a 6 vezes superior às que se verificam nos domicílios. Outro fator que estimula a vida na cidade é a atividade esportiva das crianças, que na natação se deparam com um maior índice de infecções e irritações das vias aéreas e do ouvido, os quais propiciam ao aparecimento da rinossinusite. Outra alteração do estilo de vida na cidade é o desmame precoce, porque as mães são obrigadas a trabalhar fora do lar. À falta de anticorpos, que seriam trazidos pelo leite materno, soma-se a alimentação com leite de vaca que aumenta a possibilidade de uma alergia alimentar, e de outras doenças atópicas, facilitando o aparecimento da rinossinusite.

Foi constatado que nos atendimentos de urgência, das últimas décadas, os diagnósticos de sinusite aguda em pediatria elevaram-se em mais de dez vezes, passando de 0,2% do total dos atendimentos para 0,5% a 5% das consultas. Esse fato é resultante não só do reconhecido aumento da incidência desse quadro, devido aos fatores acima relatados, mais também porque os pediatras e os demais médicos especialistas estão mais atentos a esse tipo de queixa.

Diagnósticos

Rinite: Na forma aguda é uma manifestação do resfriado comum, geralmente de origem viral, caracterizado por uma rinorréia aquosa sem cheiro. Também a rinite pode ser causada por infecções resultantes de bactérias. A rinite crônica pode ocorrer por vários parasitas, fungos, leishmaniose, que causam destruição do tecido mole e da cartilagem.

A rinite vasomotora é caracterizada por um inchaço da mucosa nasal, que se acompanha de espirros e rinorréia aquosa. A mucosa nasal varia de cor e fica vermelha brilhante quando inchada e quando está contraída fica de cor azulada. Esse tipo de rinite está associado com uma atmosfera seca. Os autores concordam que não se trata de uma rinite alérgica, porém a etiologia é desconhecida acreditando-se que se trata de um fenômeno da circulação local.

Sinusite: Todos os consensos afirmam que o diagnóstico de sinusite crônica é feito depois de três meses da presença dos sintomas, principalmente entre os pacientes alérgicos ou com outras patologias rinossinusais. A dificuldade está em separar os casos agudos dos crônicos, por isso o índice de incidência varia muito, conforme os critérios usados para o diagnóstico.
Um fator de combate às infecções e que age na proteção dessas cavidades é o sistema de drenagem das secreções, realizado através dos orifícios localizados junto aos cornetos, sendo um fator fundamental para a funcionalidade do sistema de defesa e para a patência desses óstios ou orifícios de comunicação com a fossa nasal. Quando há obstrução de drenagem e acúmulo de secreções intra-sinusal, os microorganismos comensais da cavidade nasal, principalmente as bactérias, multiplicam-se e promovem a inflamação da parede intra-sinusal.

Tratamento: Em 1989, 16 milhões de pessoas adultas e crianças visitaram seus médicos, que por sua vez mandaram tirar uma radiografia dos seios da face e receitaram antibióticos.

Buchem e colaboradores médicos do Hospital Santa Elizabeth de Londres, examinaram 214 pacientes com queixas de dores na face, obstrução e corrimento nasal, que foram rotulados de sinusite. Ao grupo A, com 107 pacientes, foi dado amoxicilina, e ao grupo B, também com107 pacientes, foi dado placebo.

Depois de 15 dias, 83% dos pacientes do grupo A sentiram alívio dos sintomas e o mesmo ocorreu em 77% dos pacientes do grupo B.

Os autores concluíram que deve ser dado um tempo de espera de 2 a 3 semanas, sem ministrar tratamento aos pacientes. Caso não ocorra melhora espontânea, o antibiótico deve ser iniciado. Esse procedimento economiza dinheiro e não dá como efeito colateral o aumento da resistência ao antibiótico.

A escolha do antibiótico depende de vários fatores, os quais serão avaliados pelo médico, que indicará qual medicamento é o mais adequado para o paciente.


Fonte:UOL – Boa Saúde

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